O Mundo dos Sonhos
Há uma tendência, bastante
generalizada entre os psicanalistas, de que todo sonho tem origem
na infância (ou ligaçães sexuais, como acreditava
Freud).
Outra corrente defende a ideia de que
os sonhos são manifestações noturnas do inconsciente
e que, por isso, são impossíveis de serem controlados.
Em que pese os avanços tecnológicos
e das inúmeras pesquisas e estudos realizados, principalmente
nos EUA, acerca do sono e dos sonhos, o fato é que os psicólogos,
cientistas e outros estudiosos que seguem o metodo os conceitos
e as bases e premissas acadêmicas, universalmente aceitas,
praticamente nada sabem acerca dos sonhos e do sono.
No fundo, o que falta aos homens de
ciência é um pouco de humildade e uma visão
holística, pois, cada qual possui um fragmento da verdade.
Platão dizia que um homem pode
se conhecer pelos seus sonhos.
Freud reconheceu que nos sonhos residem
toda espécie de impulsos, como fome, sede, cobiça,
impaciência, temor, paixão, luxúria, etc.
Bismark, o chanceler de ferro, só
atacou a Áustria depois de ter sonhado sair vencedor.
Descartes formou sua doutrina com elementos
decisivos extraídos de seus sonhos.
Niels Bohr construiu sua teoria sobre
a nuvem atômica a partir de uma série de sonhos.
José, no antigo Egito, chegou
ao posto de Primeiro Ministro porque soube decifrar o sonho do faraó.
Jesus deixou de ser morto por Herodes
porque um Anjo avisou, em sonhos, a José para fugir da cidade.
- Seriam estes homens sérios
o bastante para acreditarmos na verdade dos sonhos?
Teria a Bíblia e outros livros
sagrados se equivocado sobre a credibilidade e validade dos sonhos?
Podem os sonhos serem controlados e
dirigidos?
É o que pretendemos abordar
e desenvolver neste capítulo.
SONHOS E VISÕES
O psicólogo inglês Meyers,
no seu livro Personalidade Humana, narra um caso acontecido com
um contabilista. Ele havia cometido um erro em sua escrita e por
mais que se esforçasse não conseguia localizá-lo.
Certa noite, exausto de tanto pesquisar,
adormeceu e em sonhos viu onde estava o erro: mês de setembro,
página tal, linha tal. Maquinalmente, entre acordado e dormindo,
anotou esses dados em uma folha de papel à beira de sua cama.
De manhã, quando se levantou,
havia esquecido o sonho, porém a anotação estava
lá. Indo ao trabalho, e conferindo o registro, percebeu que
a anotação estava exata. Jâmblico no seu De
Mysteris Aegyptorum assegurava que os sonhos divinos se produzem
num estado intermediário entre o sono e o estado de vigília,
durante o qual podemos ouvir vozes e sons.
Entre os muçulmanos existe um
rito chamado istiqhâra, no qual um homem só vai dormir
depois de ter rezado uma prece para ter um sonho capaz de ajudá-lo
a resolver um problema.
Nos templos gregos e egípcios
antigos existiam locais próprios para as pessoas dormirem
quando necessitavam ter um sonho revelador.
O próprio Jung somente chegou
à compreensão da relação existente entre
o consciente e o inconsciente mediante um sonho, conforme narrado
por ele mesmo na sua autobiografia Memórias, Sonhos, Reflexões.
Incrível é observarmos hoje toda essa herança
cultural desprezada pela ciência.
Na realidade, esse desprezo é
reflexo da atitude da igreja que condenou os sonhos e suas práticas
como sendo coisas de hereges, mesmo que o próprio Jesus tenha
sido salvo dos soldados de Herodes por causa de um sonho de José.
Existe uma diferença muito grande entre sonhos e visões.
Os sonhos acontecem quando o corpo
dorme e a alma (ou corpo astral) sai do corpo. As visões
acontecem mesmo estando nós em estado de vigília.
As visões são o funcionamento momentâneo da
clarividência.
É o tal de sonho acordado. Já
os sonhos são a projeção do corpo astral, que
todas as noites se despreende do corpo físico e, inconscientemente,
perambula pelo Plano Molecular.
TIPOS DE SONHO
Existem pelo menos 5 categorias de
sonhos: intelectual, motor, emocional, instintivo e sexual. De um
modo geral, todos eles, independente da sua categoria, acontecem
de forma incontrolada ou inconsciente.
Isso é devido ao nosso estado
psicológico atual, de criaturas totalmente adormecidas. Se
um homem quiser programar ou controlar à vontade seus sonhos
terá que deixar de agir mecanicamente quando em estado de
vigília.
Noutras palavras: quando despertarmos
nossa Consciência, deixaremos de sonhar, porque os sonhos
são exclusividade das pessoas adormecidas. Como 99% das pessoas
são inconscientes, o sonho é o padrão universal
e os desdobramentos do corpo astral, a exceção.
No estado atual, de adormecimento e
inconsciência coletivas, o homem praticamente não pode
mais ter visões lúcidas e claras, como acontecia com
os antigos sábios e governantes: estes, inclusive, respeitavam
profundamente o dom onírico daqueles que serviam nas cortes
e palácios. De qualquer maneira, o homem atual ainda sonha.
Mas, só para dar uma idéia
de como está atrofiada nossa memória onírica,
basta dizer que poucos, de manhã, lembram o que sonharam
durante a noite.
E todo mundo tem sonhos durante a noite,
por mais confusos e desconexos que sejam. Quem quiser progredir
na ciência dos sonhos deve desenvolver sua memória
onírica.
Assim, poderá trazer ao consciente
tudo aquilo que presenciou, testemunhou, viu, viveu e experimentou
durante o sono. A técnica de desenvolvimento da memória
onírica está no final deste arcano, nas práticas.
O SIMBOLISMO DOS SONHOS
Muita gente ficou rica escrevendo
livros de interpretação dos sonhos. Não queremos
entrar no mérito dessa questão. Queremos, isso sim,
porque é nossa obrigação, dizer que não
existe uma fórmula universal de interpretação
de sonhos.
A linguagem dos sonhos é muito
individual e pessoal. Está intimamente ligada à história
de cada um, o que não invalida o princípio de uma
linguagem universal.
Só que essa linguagem universal
não está aberta a qualquer um. É preciso se
tornar um iniciado para conhecer a Linguagem de Ouro, a Linguagem
dos Deuses.
A principal ferramenta de trabalho
para aquele que quer trabalhar com o simbolismo dos sonhos é
a intuição. Deve trabalhar intensamente sobre esta
faculdade. A intuição sempre age aliada à cultura.
Contudo, alguma coisa podemos fazer em favor dos nossos estudantes.
Os principais meios de apoio para todo
aquele que quiser conhecer profundamente as revelações
contidas nos sonhos estão no tarô (especialmente o
tarô egípcio), na cabala, nas analogias filosóficas,
nas analogias dos contrários, na numerologia, nos símbolos
universais, nos livros sagrados, etc.
SONO, MEDITAÇÃO E
SONHOS
Existe uma profunda ligação
entre o sono, a meditação e os sonhos. O estudante
que quiser progredir na ciência da meditação
deve aprender a provocar e controlar o sono. Meditação
sem sono prejudica o cérebro e não traz resultados.
Quando o estudante começa a meditar de forma correta, numa
primeira etapa experimenta as realidades ocultas na forma de sonhos.
Vêm-lhe à mente muitas
imagens confusas, enigmáticas e simbólicas. Despreparado,
não consegue entender. Mas, se for persistente, começará
a compreender o que eles (os símbolos) significam em sua
vida interior e que papel representam.
Numa segunda etapa, o estudante deixará
de sonhar. Se dará conta que está fora do corpo físico
e então começará a exercer domínio sobre
o processo. Quando uma pessoa se dá conta que está
no mundo dos sonhos, pode conduzir a experiência.
Isso representa um gigantesco passo
dado rumo ao despertar da consciência. Muito mais tarde, no
tempo, o estudante que persistir em sua disciplina dos sonhos e
da meditação, acordará ou andará totalmente
desperto nas dimensões sutis da natureza, podendo ali penetrar
ou delas sair à vontade.
A meditação é
fundamental para o desenvolvimento dos chakras. Quanto mais se meditar,
quanto mais profunda for a meditação, mais elevados
serão os planos de consciência que se atingirá.
Dia virá em que o estudante
obterá o êxtase, o samadhi, o satori, o desprendimento
total da alma ou da consciência de todas as amarras da matéria
física, emocional e mental. Então, como São
Tomás de Aquino, poderá dizer: Tudo que antes havia
lido, tudo que sabia através dos outros não passava
de água de rosas.
SONHOS PROGRAMADOS
Antes de tudo, mais uma vez, queremos
enfatizar uma ideia simples: Quem aprender a projetar conscientemente
seu corpo astral deixará de sonhar. Sonhar é viver
de forma inconsciente.
Despertar equivale, portanto, a deixar
de sonhar, neste plano físico e, também, nos planos
superiores. O Mestre Samael é enfático quanto a esse
ponto: Quem desperta aqui, desperta em todos os planos da natureza.
Em todo esse processo de lembrar de
sonhos, dar-se conta que está sonhando e despertar a consciência
quando está fora do corpo, existem graus e etapas a serem
cumpridas e vencidas. Afinal, conduzir e governar o processo dos
sonhos é uma das maiores aspirações de muitos
estudantes.
A melhor fórmula que conhecemos
para vencer todas essas etapas é despertar consciência,
como já temos destacado anteriormente.
O grande fator que nos impede de recordar
os sonhos, além da memória atrofiada, e da nossa inconsciência,
é a incrível mecanicidade com que conduzimos nossa
vida e realizamos as tarefas diárias.
Assim, à noite, enquanto nosso
corpo físico descansa, continuamos, a agir da mesma forma
mecânica que agimos durante o dia nas regiões do subconsciente.
Ou seja, não nos damos conta que nos desvestimos do corpo
físico.
Autor: Anônimo
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