A
garota L. de 12 anos nos foi trazida para atendimento em virtude de
sistematicamente roubar as coisas de seus irmãos ou mesmo dos
pais. Segundo a família, parece que o hábito brotou nos
últimos tempos sem motivo aparente. A família estava receosa
com o rumo que as coisas poderiam tomar. Aberta a sua freqüência
e desdobrada, imediatamente incorporou uma personalidade desconfiada
e atrevida. Convidou-nos a beber alguma coisa e admirar seu belo corpo.
Disse que estava disponível, que era muito disputada, e que deveríamos
resolver logo, senão era melhor ir embora. E que só aceitaria
a companhia de quem lhe pagasse muito bem, e antecipado.
Imediatamente,
perguntamos se quem ganhava tão bem como ela, por qual razão
teria que roubar como ela fazia? Assustada, como se tivesse sido pega
em flagrante, replicou: Você andou espionando o meu trabalho?
Respondemos que sim e que já sabia tudo sobre suas atividades
ocultas. Então, imediatamente ela tentou negociar e propôs
um acordo vantajoso para os dois. Informou que ela não queria
ser presa, pois agia assim porque fora treinada pelos patrões
para apresentar-se dessa forma, o mais despida possível. Para
envolver os fregueses até poder roubar o seu dinheito, na medida
que os enbebedasse. Disse não ser de todo culpada.
Informamos
que ela já se encontrava em outra existência e que a moça
ladra do bordel já havia morrido há muito tempo. Ela disse
que já sabia mas que tinha uma estranha compulsão que
a obrigava a permanecer naquele mesmo lugar e a se comportar da mesma
forma, como se ainda fosse a mesma. Pelas informações
fornecidas pelos pais e por sua personalidade incorporada, sobre a compulsão,
suspeitamos que estivesse sob a ação de alguma obsessão.
Concentramos nossa atenção em seu campo energético
buscando localizar a possível entidade obsessora. Pulsamos energia
estalando os dedos, e, determinamos energéticamente que, ao final
da contagem de sete pulsos, se houvesse alguma entidade, a mesma estaria
incorporada. Foi o que aconteceu. Um espírito incorporou e contou-nos
a seguinte história:
-
Eu era um homem honrado e pai de família. Um dia tive a infelicidade
de aceitar o convite de um "amigo" e ir até aquele
bordel maldito onde fui seduzido por essa infeliz. Mulher cheia de encantos
físicos, envolveu-me de tal maneira que eu só tinha olhos
e tempo para ela. Mas desencantou-se quando eu perdi tudo o que tinha,
ou melhor, quando ela me tirou tudo. Perdi família, fortuna,
e cai na miséria. Tempos depois, desencarnei doente, faminto
e abandonado. Não é presico deizer onde fui parar. Passei
anos naquele lamaçal infecto e esperei até o dia em que
essa infeliz também foi parar lá. Nunca mais a abandonei,
até hoje. O que ela está fazendo é muito pouco
e quero que se torne ladra até se comprometer bem e ir apodrecer
no fundo de uma cadeia. Foi esse bando de criminosos que hoje forma
essa família infeliz que a ensinou a roubar e a seduzir as pessoas.
Quero que todos paguem juntos e sofram todas as humilhações
que eu sofri. Por enquanto ela só está roubando em casa,
mas logo, muito logo, ela vai roubar fora também. E aí
ela será pega e minha vingança se completará.
Enquanto
escutávamos suas queixas e ponderações, ele nos
foi repassando algumas informações sobre seu passado.
Contra-argumentamos e o fizemos ver que estava ligado por laços
de afeto milenar àquela garota e que nesta encarnação,
estava previsto a reencarnação dele atrvés dela;
que, se ele continuasse com o projeto da obsessão e vingança,
perderia talvez a última oportunidade de regeneração
que teria neste milênio. Ele protestou, tentou desconversar, esbravejou,
mas se acalmou depois que colocamo-lo em regressão de memória.
Descobriu que ela foi treinada por ele, para "bater" a carteira
de pessoas descuidadas, em recuada encarnação, quando
ela era filha dele. Diante disso, decidiu reconsiderar. Prometeu aceitar
a nossa proposta, afirmando que trabalharia duro em sua própria
regeneração, esperando merecer o prêmio da reencarnação
junto àquela criatura que ele, na realidade, amava muito.
Foi
encaminhado para tratamento e recuperação em instituições
socorristas do astral e despediu-se esperançado. Daqui por diante,
cabe a ele corrigir o hábito negativo do passado. Acreditamos
ser mais fácil, já que nào há mais o impulso
sorrateiro e oculto da obsessão e estimulá-la. Confiemos
na bondade divina.
Extraído
do Livro: Iniciação Apométrica - Terapêutica
Medianímica.
Autor: J. S. Godinho
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