Qual
a utilidade das terapêuticas psíquicas e espirituais?
Considerando-se
que o homem é muito mais que um "ser material", devemos
buscar a compreensão da realidade maior do ser humano, o parâmetro
espiritual, e desvendar seus abismos misteriosos. A utilidade dos estudos
e tratamentos psíquicos e espirituais é pesquisar esses
aspectos do ser humano, até agora deliberadamente ignorados ou
pouco estudados pela chamada ciência oficial, encontrar a causa
dos distúrbios e dores não diagnosticadas, e a uma forma
de alívio ou cura para elas.
Para
se fazer um tratamento desses é preciso que se acredite em reencarnação?
Absolutamente.
Embora grande contingente de cientistas de renome sejam reencarnacionistas
e hoje já defendam o fenômeno das vidas sucessivas, para
que se possa fazer um tratamento com TVP, Apometria ou Desdobramento
Múltiplo, é necessário apenas a vontade e a decisão
do interessado.
Em
que a Terapia de Vida Passada, que é trabalho remunerado, difere
do atendimento espiritual mediúnico que deve ser gratuito?
Sem
dúvida, existem grandes diferenças entre um atendimento
espiritual que é realizado nos centros espíritas, por
equipes dedicadas ao exercício da fraternidade, trabalhando gratuitamente
para auxiliar as pessoas, em horários extra profissional, atendendo
problemas relacionados com obsessão praticada por espíritos,
e um atendimento psicoterápico profissional, realizada por um
terapeuta, em horário normal da preferência do cliente,
com TVP, Regressão de Memória ou qualquer outra modalidade
terapêutica.
A
Terapia Regressiva ou de Vida Passada é conhecimento adquirido
através de cursos, esforço e altos custos. Para seu exercício
exige-se estudo, observação, pesquisa, cursos, profissionalização,
registro em conselho de classe, documentação adequada,
legalização junto a órgãos públicos
municipais, estaduais e federais, pagamento de impostos, coisa que não
acontece com aqueles que se dedicam ao socorro espiritual. Trabalha
o campo vibracional do ser, nos seus aspectos psíquicos e emocionais,
buscando dissolver as pulsões incômodas, geradas pelas
lembranças perturbadoras gravadas em vivências traumáticas
experimentadas nesta ou em passadas existências. Nada tem a ver
com espíritos ou mediunidade. Não se utilizam médiuns
em consultório de terapia, não se invoca espíritos
e nem se trabalha incorporado por guias ou mentores espirituais. No
entanto, dentro do trabalho terapêutico remunerado, o conhecimento
da realidade espiritual será de grande valia ao terapeuta.
Quais
as diferenças entre TVP, RM e RME, se é que existem?
Em
nosso entender, a TVP, Regressão de Memória e Regressão
de Memória Extracerebral são coisas bem diferentes. Terapia
de Vida Passada é toda a terapia que trabalha com a possibilidade
de cura de eventos traumáticos, registrados em algum departamento
do subconsciente ou inconsciente, desta ou de outras existências,
independentemente de se utilizar ou não regressão ou rememoração
do fato trabalhado. Regressão de memória é o reviver
de um evento esquecido ou arquivado no inconsciente ou subconsciente
do ser, nesta ou em outras existências e que pode ou não
ocorrer dentro do processo terapêutico da TVP.
Já a regressão pela memória extracerebral é,
obrigatoriamente, o reviver de uma memória de uma existência
passada, que pelas suas características ou não, pode ter
sido gravada na atual existência. Temos também o rememorar
de fatos passados, através da atenção concentrada
no sintoma, que permite, dentro das limitações perceptivas
maiores ou menores do paciente, a imediata identificação
do problema com a conseqüente cura. Precisamos dizer ainda, que
vivemos a maior parte de nossas vidas, de certa forma, regredidos, pois
somos constantemente influenciados pelas lembranças de passado,
boas ou más. Estão aí para comprovar o fato, as
fobias, a raiva, as depressões, os medos, as angústias,
as ansiedades, as desconfianças e ciúmes infundados, etc.
O que seria isso senão a memória aflorada da vivência
traumática de passado? A terapia regressiva pode produzir catarses
emocionais profundas, desentranhando e tratando traumas arquivados no
inconsciente ou subconsciente, vivenciados na pré-concepção,
gestação, experiência perinatal e primeira infância.
Pode tratar com eficiência, também, distúrbios emocionais
e mentais de gênese recente ou de existências vividas há
séculos ou milênios, estados alterados de consciência,
alternância de personalidades psíquicas, etc. É
evidente que cada terapeuta desenvolve técnicas e recursos diferentes,
conforme sua cultura, tendência ou preferência. As terapias
regressivas extracerebral englobam uma infinidade de sistemas metodológicos
como também podem albergar-se em concepções filosóficas
diferenciadas. Para os que aceitam a hipótese das existências
múltiplas e sucessivas os resultados são melhores e o
próprio trabalho se desenvolve com mais facilidade. Para os que
não aceitam, haverão mais dificuldades.
Qual
a diferença entre essas têcnicas e a hipnose?
Podemos
considerar que a hipnose é uma técnica diferente dessas
outras, pelo pressuposto de que o paciente ao se permitir ser hipnotizado
tende a ficar mais à mercê da sugestão do hipnotizador
e, na maioria dos casos, em maior estado de sonolência. Nas demais
técnicas de TVP ou regressão, o paciente permanece consciente
e senhor da própria vontade, só acata a sugestão
dada se quiser, se ele achar que faz algum sentido. Caso contrário,
tem plena liberdade de não aceitar. Ocorre também que,
no cérebro do paciente, a área acionada é diferente
nas diversas terapias. Na TVP e regressão, recordando o passado,
a área acionada é o lobo médio temporal. Na hipnose,
é ativado o lobo parietal.
Fantasiando,
ativa o lobo frontal. Em sono natural ativa regiões do "bulbo",
"ponte" e "cerebelo". A TVP e a regressão
de memória extracerebral são realizadas com o paciente
consciente o tempo todo, detendo o controle da situação,
e, simultaneamente, ouvindo o terapeuta, os sons externos que vibram
ao seu redor, e fazendo uma espécie de "viagem" no
tempo recente ou remoto, e, na absoluta maioria dos casos, lembra de
tudo ao sair da sessão terapêutica. É como se ele,
paciente, estivesse observando um acontecimento muito distante, através
de poderoso telescópio. Sua mente está focada em acontecimentos
que podem estar há dezenas, centenas ou milhares de anos, podendo
vivenciar, observar, relatar e elaborar esses acontecimentos ocorridos
em outra existência, independente de conceitos, preconceitos,
crença religiosa, idade, formação, etc. "Nos
alicerces do inconsciente profundo encontram-se os extratos das memórias
pretéritas, ditando comportamentos atuais, que somente uma análise
regressiva consegue detectar, eliminando os conteúdos perturbadores,
que respondem por várias alienações mentais"
(Joanna de Ângelis).
Todas
as pessoas podem regredir ao passado e rever suas pretéritas
existências, sem o perigo de que regrida e não consiga
mais voltar, ficando preso no passado?
Todas
as pessoas podem rever ou reciclar suas memórias pretéritas,
mas nem todas perceberão os eventos causadores das suas desarmonias
ou conseguirão fazer a leitura consciente de suas lembranças
de passado. De outra forma, podemos dizer que nem todas as pessoas têm
facilidade para lembrar de vivências ocorridas em outras existências,
portanto, não entram em regressão consciente. Só
entram em regressão consciente cerca de setenta por cento dos
interessados. Aproximadamente, trinta por cento entram já na
primeira tentativa, e cinqüenta por cento, da segunda em diante.
No entanto, todas saem beneficiadas, porque mesmo sem regredir conscientemente,
a pessoa revisa internamente suas dificuldades e questões e,
os sintomas perturbadores, na maioria das vezes, acabam desaparecendo.
Utilizamos normalmente a palavra regressão para explicar a rememoração
de eventos vividos em outras existências, por ser mais conhecida
e didática.
Na
realidade, durante o tratamento o paciente não entra em regressão
e nem viaja para lugar algum. Ele permanece ali, reclinado ou deitado,
plenamente consciente do momento presente, conversando com o terapeuta,
só que em estado modificado de consciência, alcançando
ou lembrando também o momento em que ocorreu o evento traumático
que o perturba. Então, só há na realidade, um "estado
modificado de consciência". Uma consciência expandida
pode perceber de forma mais clara os registros que possui, independentemente
da dimensão de tempo e espaço. É como alguém
que desce aos escuros porões de sua casa, portando uma boa lanterna,
verificando o que ali está guardado. Só existirá
perigo se a regressão for feita de forma irresponsável,
sem acompanhamento de um profissional qualificado. E, em nosso entender,
o profissional qualificado é aquele que fez um curso especializado,
ou que pesquisou e observou muito e desenvolveu uma boa técnica.
Eu diria atá que é mais especializado aquele que conheça
a Doutrina Espírita e saiba como funciona a mediunidade e obsessão
e que saiba como lidar com os espíritos.
Principalmente,
que saiba a diferença entre os sintomas causados por mediunidade
perturbada ou obsessão, que saiba identificar as desarmonias
geradas pelas personificações múltiplas, ativas,
e os causados por lembranças traumáticas de passado. As
alegações de que o paciente pode não mais retornar
de uma regressão ou ficar preso em uma vida passada, ou a um
estado desarmônico vivido em outro tempo, não tem nenhuma
base lógica e significa ignorância sobre o assunto. Quem
afirma isso desconhece totalmente essas terapias, os recursos e técnicas
nelas utilizados. Não há nada a temer.
Como
é a técnica que vocês usam para levar o cliente
a acessar as suas memórias extracerebrais?
Basicamente,
a técnica da TVP ou Regressão que utilizamos é
uma forma de leitura das pulsóes desarmonizadoras ou fragmentos
de memórias traumáticas que brotam das instâncias
denominadas inconsciente e subconsciente, onde estão registradas
as experiências vividas em outros tempos. Na realidade, essa leitura
constitui-se de uma interpretação desses sinais, pulsões
ou sintomas, decodificando-os à luz da razão e da lógica.
Por exemplo, se um cliente nos procura com a queixa de ter "síndrome
do pânico", nós procuramos verificar o que ele está
sentindo, o significado do que ele está sentindo. Por experiência
já sabemos que esse cliente está em estado alterado de
consciência revivendo ou lembrando de um evento traumático
ocorrido em outro tempo e lugar, por isso o pânico infundado.
Então, fazemos com que ele sintonize, perceba e racionalize a
causa do problema e a compreenda. Que perceba o evento que está
produzindo o sintoma, e o racionalize, concluindo que é apenas
uma lembrança de algo ameaçador e que ele não corre
mais nenhum perigo.
O
fato de lembrar o que aconteceu há muito tempo atrás não
vai piorar as coisas?
A
Terapia de Vida Passada é uma terapia que lida com a lógica
e com a inteligência das pessoas. Assim, quando o nosso paciente
da questão anterior, que sofre de claustrofobia, acessar suas
memórias e descobrir que, em outra existência, viveu um
drama e morreu aprisionado em estreita e infecta masmorra, para o qual
faria sentido a sensação claustrofóbica, ele perceberá
que tudo aquilo que o personagem da sua história vivenciou não
faz mais sentido para ele nos dias de hoje. A partir daí vai
ocorrendo uma conscientização e a racionalização
sobre esse conteúdo que estava instalado e reprimido no seu subconsciente
e o trauma vai sendo diluído, embora permaneça a lembrança
da experiência vivida e o aprendizado que dela decorreu. Mas o
paciente, em breve, estará curado do pânico e "desidentificado"
da antiga personalidade prisioneira.
Texto:
J. S. Godinho - Site: www.holuseditora.com.br
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