Baixaestima
Pessoas
com baixaestima podem procurar evidências de que seus parceiros
estão infelizes com o relacionamento e, quando as encontram,
podem criti car os companheiros como resposta.
NOVA
YORK (Reuters Health) - Com o tempo, esse tipo de comportamento
po de prejudicar a relação, informou a equipe de
Sandra L. Murray, que é pes-quisadora da Universidade Buffalo
e da Universidade do Estado de Nova York.
As
conclusões resultam de um estudo no qual pessoas com baixa
autoesti-ma receberam informações falsas sobre os
parceiros. Quando os voluntários souberam que os companheiros
não gostavam de alguns aspecto deles, quem tinha baixaestima
mostrou tendência a decidir que o relacionamento todo estava
em risco, disse Murray à Reuters Health.
Pequenos
problemas ocorrem em todas as relações normais,
explicou a pes quisadora. No entanto, para uma pessoa com baixaestima,
as dificuldades transitórias podem ameaçar a sensação
de segurança na relação, levando à
repulsa do parceiro antes que possa ser rejeitada, explicou a
coordenadora do trabalho. É como se pessoas que não
se valorizam dissessem aos parcei ros: "Se você vai me rejeitar,
você não serve para mim", informou Murray.
Esse comportamento não é "adaptativo" e pode ter
um impacto significativo sobre a saúde da relação,
observou a autora. "Tirar uma grande conclusão de um episódio
nem sempre é seguro", disse a pesquisadora. Os cientistas
obtiveram esses resultados em uma série de experimentos
feitos com pes soas envolvidas em relacionamentos amorosos. Na
primeira experiência, os pesquisadores testaram a autoestima
de 104 pessoas que mantinham uma relação romântica
havia 20 meses, em média.
Durante
o estudo, a equipe solicitou a alguns voluntários que indicassem
os elementos da personalidade que não gostariam que os
parceiros conheces sem. Quando enfrentaram a idéia de que
determinados aspectos de sua per sonalidade não agradavam
os parceiros, as pessoas com baixaestima indica ram uma quantidade
menor de aspectos positivos nos companheiros e rela taram mais
ansiedade sobre a relação, em comparação
com o grupo com elevada autoestima. Na segunda experiência,
os autores perguntaram a outro grupo de voluntários com
que frequência os parceiros pareciam irrita dos com eles.
Com
base na resposta dos participantes, os pesquisadores informaram-lhes
que os parceiros não gostavam de determinados aspectos
das suas persona lidades e que essas incompatibilidades poderiam
provocar problemas pos teriores mais significativos na relação.
Os autores constataram que as pes soas com baixaestima começaram
a questionar a força da relação e a se distanciar
dos seus parceiros.
Já
os voluntários com autoestima elevada pareceram mais confiantes
no afeto dos parceiros após a experiência e demonstraram
uma estima maior em relação aos parceiros como resultado
das "ameaçaas" à relação, insi- nuadas
pelos pesquisadores. Murray explicou à Reuters Health que
pessoas com autoestima alta são relativamente mais seguras
de que os parceiros as valorizam e as aceitam, idéia que
ajuda enfrentar os choques emocionais que surgem em um relação
normal.
Esses
resultados podem ser úteis para terapias de casais, observou
a pesqui sadora. Avaliar a aceitação e valorização
de cada parceiro em relação ao outro pode ser útil
para os terapeutas. Em alguns casos, isso pode ajudar as pessoas
a aprender a reduzir a tendência de valorizar demasiadamente
alguns acontecimentos.
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